segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010: o ano mais bizarro

Nunca imaginei, em toda minha vida, que tantas coisas pudessem acontecer em um espaço tão curto de tempo. Bizarro! Um início trágico e um final feliz. Para muitos pode parecer conto de fadas, mas para mim foi bem real (até porque de fada eu não tenho nada, talvez me assemelhe mais a um duende, mas isso é outra história).

Logo após o carnaval, eu e minha família tivemos que sair do apartamento que vivíamos faziam 7 anos. É impressionante o quanto o preço dos aluguéis aumentaram no Rio de Janeiro, um verdadeiro absurdo. Eu ainda era estagiário e ganhava como tal. Todo o processo de mudança foi trágico. Tivemos que nos desfazer de muitos pertences, já que morávamos em um apartamento enorme, com três quartos grandes, muitos armários e passamos para um “apezinho” de dois quartos e sem nenhum armário. Ainda bem que pudemos nos mudar pra lá. Se não fosse esse imóvel (de propriedade da minha avó), não teríamos para onde ir, já que a única renda da casa era meu salário de estagiário e alguns trocados que surgiam de vez em quando (minha mãe fazendo quentinhas e meu pai alguns freelas). Porém, no mesmo mês da tragédia, recebi uma das melhores notícias do ano: minha efetivação. Não era mais um estagiário! Assumi o cargo de assistente de comunicação e mais responsabilidades (e um aumento significativo, é claro). Vale lembrar que essa conquista (por mais que, modéstia à parte, tenha sido merecida, só foi possível graças a minha amiga e supervisora Maíra, que lutou por mim).

Em paralelo a isso, meu irmão mais novo lutava (essa luta ainda continua) contra um problema de saúde sério, porém sem riscos de morte (o que não torna essa luta mais branda). Não vou entrar em detalhes desse assunto porque não vem ao caso.

Uma vez efetivado achei que as coisas fossem melhorar um pouco, porém a mensalidade da faculdade sofreu mais um reajuste e passou a consumir quase metade do meu salário, me impedindo de dar uma força maior nas contas da minha família. Foi aí que o segundo anjo da guarda entrou em ação. Minha tia Miriam, mais conhecida como 'Mizinha' se ofereceu para pagar minha faculdade integralmente, já que era meu último semestre.

Bom, último semestre é sinônimo de ralação. Monografia bombando, contas bombando (meus pais e meu irmão continuam desempregados), trabalho bombando e eu ali, tendo que lidar com todas essas coisas ao mesmo tempo. Bom, como nunca fui de ficar parado chorando problemas, arregacei as mangas e parti para a briga. Apenhei muito! Mas, ao estilo Rock Balboa, me levantei da lona e parti pra dentro. Como diz a música: eu dei porrada a três por quatro e nem me despenteei. Tirei 9 na monografia e hoje posso me auto-intitular JORNALISTA (que merda, hein... hehehehe).

Bom, é isso. Quero agradecer a todos que me ajudaram a tornar meus sonhos possíveis apesar de todas as dificuldades. Vou deixar também três frases que marcaram meu ano:

Passarinho na gaiola não canta, mas um bom passarinho bate a poeira e levanta.

Capoeira que é bom não cai e se um dia ele cai, cai bem.

You may say I'm a deamer. But I'm not the only one.